Um dos temas mais presentes nas discussões atuais sobre a cidade é a gentrificação. Definido, de modo geral, como "quando alguém diferente de você muda-se para o seu bairro", o fenômeno urbano é muito mais complexo que isso e envolve questões de uso do solo, especulação imobiliária, espaços públicos e de lazer e planejamento territorial.
Publicado no portal Caos Planejado, o artigo homônimo a este explora um alfabeto inteiro de aspectos que podem ser entendidos como causadores da gentrificação. De cafés e galerias à internet e smartphones, da presença de artistas à influência do mercado financeiro, do declínio da criminalidade à influência simbólica do High Line de Nova Iorque, a lista inclui uma infinidade de causas para "apontar o dedo".
Não obstante, o artigo deixa claro que "o jogo da culpa lança pouca luz sobre o que está realmente causando a gentrificação", e tampouco ajuda a combater seus aspectos negativos.
O desafio destas mudanças urbanas que chamamos de gentrificação não é pará-las, mas descobrir maneiras de garantir que produzam benefícios, se não para todos, para uma ampla gama de residentes atuais e futuros. Para isso, temos que fazer mais do que reclamar a respeito dos sintomas da mudança e olhar afundo para entender suas causas, e desenvolver políticas para minimizar seus efeitos negativos. - Joe Cortright
Leia o artigo completo no Caos Planejado.
Dicionário Iphan do Patrimônio Cultural: o que é "gentrificação"
O vocábulo "gentrificação" é um aportuguesamento do inglês gentrification, usado pela primeira vez, provavelmente, pela socióloga britânica Ruth Glass na obra London: aspects of change (1964), onde a autora descreveu e analisou determinadas mudanças na organização espacial da cidade de Londres.
Publicado originalmente em 9 de setembro de 2019.